Bem-estar e autoestima

Barbara Reis sobre ser a 2ª protagonista negra do horário nobre: ‘Memória positiva’

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Barbara Reis é a segunda protagonista negra em horário nobre. Depois do sucesso como a vilã Débora em “Todas as Flores”, a atriz foi chamada para ser a personagem principal de “Terra e Paixão”: Aline.  Segundo a artista, esse momento em sua carreira é muito importante para criar essa memória positiva entre pessoas negras.

“Ser protagonista representa uma construção da imagem positiva do corpo negro, porque senão a gente fica acostumado a ver corpos negros só em lugares subalternos dentro da televisão. Este movimento protagônico do negro é muito necessário para a gente criar essa memória positiva e lá na frente ver mulheres homens em lugares de destaque protagônicos mesmo”, disse em entrevista à “Quem”.

Barbara Reis celebra mensagens positivas de outras mulheres negras

De acordo com Barbara Reis, diariamente ela vem recebendo mensagens sobre a representatividade e o quanto isso vem impactando diariamente de outras mulheres negras. “São mensagens não só de meninas e mulheres, mas de meninos e homens também. Isso me deixa muito feliz, porque, quando um corpo negro é representado, ele representa todo mundo, independentemente de gênero”, refletiu.

Em “Terra e Paixão”, a personagem de Barbara Reis se envolve amorosamente com mais de dois homens e ainda começa a novela casada com Samuel. Segundo a atriz, esse cenário mostra ao mundo que a mulher negra também pode ser amada e disputada. Assim, acabando com o estereótipo da solidão que foi implantado pelo racismo estrutural.

Barbara Reis comemora protagonismo negro em horário nobre / reprodução: TV Globo

“A mulher negra é sempre vista como a Mammy [um estereótipo racista], conselheira, cuidadora, ou vista como aquela mulher objetificada sexualmente ou como a mulher trabalhadora, e só a branca que é para casar. Aline rompeu esses estereótipos todos, sendo uma mulher potente, inteligente, digna de ser amada por três pessoas”, explicou, acrescentando sobre a dificuldade que muitas têm em construir sua autoestima em uma sociedade racista:

“O racismo estrutural presente na sociedade é o reflexo disso. Por isso é tão importante a representatividade, construir esse ideal , um horizonte possível, que a mulher negra é linda e incrível. Que os signos da negritude são belos e merecemos estampar as capas de revistas, sim!”.

Atriz recorda racismo sofrido na infância

Além de todo o papo sobre representatividade, Barbara Reis também lembrou sua infância. A artista recordou que sofreu racismo de forma explícita quando tinha apenas seis anos.

“Fui declarar meu amor, minha admiração por um colega de classe e ele falou que eu não podia gostar dele porque eu era uma criança negra. Isso me marcou muito. E já teve ocasião de estar próxima ali da gôndola de xampu na farmácia e ter sempre uma pessoa perto vigiando se ia realmente pegar, comprar, levar ou colocar dentro da bolsa”, completou.

Redação Corpo Livre

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