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Cyberbullying: como combater o discurso de ódio na internet?

Na internet, o discurso de ódio é recorrente e pode causar consequências graves. Por isso, é precisa garantir um ambiente mais seguro nas redes. Como combater o cyberbullying?

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O cyberbullying, também conhecido como o discurso de ódio na internet, ainda está em alta e novas abordagens são necessárias para enfrentar o problema. Em setembro de 2021, o “Fantástico” trouxe o tema à tona e transmitiu um quadro sobre ataques nas redes sociais. No entanto, o que mais impressionou foi a forma como a prática é alimentada pelas pessoas que se escondem no anonimato.

No programa, o ex-BBB João Luiz e o ator Carmo Dalla Vecchia leram comentários homofóbicos. Preta Gil relatou sobre quando sofreu gordofobia na redes sociais. Cleo Pires foi vítima de body shaming, enquanto Luísa Sonza e Fábio Porchat tiveram seus talentos questionados. Já Gretchen disse ter uma tática contra haters: a de expor o nome do usuário no Instagram. “Como eu já estou velha, como eles dizem, eu não preciso mais de filtro”, disse.

De acordo com Carlos Affonso Souza, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS), o discurso de ódio pode ganhar uma visibilidade que alimenta essa prática, ou seja, odiar na internet vira um bom negócio.

Hater diz que é “mais divertido ser maldosa”

Palavras podem machucar bem mais do que uma agressão física, não é mesmo? Isso porque destruir uma pessoa emocionalmente pode causar um grande transtorno e consequências graves. No entanto, tem gente que não liga para isso. Na exibição do “Fantástico”, duas pessoas, na faixa entre 20 e 30 anos, se identificaram como haters e comentaram o que os fazem perder o tempo destilando ódio na internet.

“Eu poderia ir lá e tentar fazer o bem, mas eu acho mais divertido ser maldosa”, disse uma jovem, afirmando não se arrepender nunca. “O que eu digo te incomoda, o problema não está em mim, está em você, que não aceita a verdade. A minha verdade”, disse a outra pessoa.

Rafa Kalimann relatou ataques sofridos na web após programa

Em seu Twitter, Rafa Kalimann se pronunciou a respeito da matéria exibida no “Fantástico” sobre haters e cancelamentos na internet. Além disso, lamentou também ter sofrido com as críticas.

“Não normalizem a maldade escancarada que virou diversão para muitos aqui. Doeu ler aqueles comentários ali, mas eles são diários, contínuos e vários deles eu nem consigo entender o contexto, é só pelo prazer de quem escreve. ‘Hater’ é um dos nossos maiores retrocessos”, declarou.

O fato de ser alvo de comentários maldosos fez com que Rafa Kalimann cogitasse desistir de tudo. “Já chorei sem conseguir me controlar, foram inúmeras crises de pânico, vontade de desistir, desespero e medo. Li que eu era ‘digna de morrer’ por dar bom dia. Já descontextualizaram situações, mentiram, distorceram, tudo para aumentar o hate, para que mais pessoas o jogassem”, desabafou.

Filho de cantora paraibana se matou após cyberbullying

Como já foi citado, o cyberbullying pode causar um sofrimento irreparável. Em agosto do ano passado, Lucas Santos, filho da cantora paraibana Walkyria Santos, se matou após receber uma enxurrada de comentários homofóbicos em vídeo publicado com amigos na internet. De acordo com Walkyria, o garoto não aguentou a pressão. “Vieram mais de 10 mil pessoas, que ele nunca tinha visto na face da terra, detonar”, contou.

Depois da morte de Lucas, a Assembleia Legislativa da Paraíba e a Câmara Municipal de Natal, aprovaram um projeto de lei que criminaliza o bullying na internet. Em ida a Brasília, a cantora quer que a lei se torne federal.

É preciso transformar as redes sociais em um ambiente seguro, sem cyberbullying

Um importante passo é garantir que a internet e as plataformas de mídia social representam um ambiente seguro para as pessoas, sem correr o risco de ser vítima de cyberbullying, discriminação, racismo ou hostilidade.

Além disso, é preciso ter empatia emocional, se colocar no lugar do outro antes de escrever qualquer comentário. Em posicionamento oficial, o TikTok afirmou remover conteúdos e contas que se envolvem em bullying ou assédio. Também oferecem ferramentas para que a comunidade denuncie ou excluía comentários e bloqueie contas.

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Redação Corpo Livre

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