Trans ou cis? MJ Rodriguez omite identidade de gênero de personagem

Michaela Jaé Rodriguez, conhecida como MJ Rodriguez, não é apenas “uma chefe” na tela ao interpretar Sofia em “Loot”, mas fora dela também. Recentemente, a atriz explicou por que a série do Apple TV+ não revela se sua personagem é trans ou cis. De acordo com ela, membra orgulhosa da comunidade trans, a decisão de excluir o detalhe foi “discutido” com os criadores da trama.

“Eu não queria que ela fosse trans ou cis. Só queria que ela fosse uma mulher no topo. Queria mostrar a cada garotinha ao redor do mundo que você é capaz de ser uma chefe. Aliás, você não precisa saber que sou trans, bem como não precisa saber se eu sou cis. Apenas precisa ver uma mulher lá em cima trabalhando duro. Ela está lutando pelo que ela quer. Ela sabe o seu valor”, afirmou entrevista à Variety.

MJ Rodriguez foi a 1ª atriz trans a ganhar Globo de Ouro

No início de 2022, Michaela Jaé Rodriguez fez história como a primeira atriz abertamente trans a ganhar um Globo de Ouro, prêmio que ganhou por seu papel em “Pose”.

 “Esta é a porta que vai abrir a porta para muitos outros jovens talentosos. Eles verão que é mais do que possível. Eles verão que uma jovem negra latina de Newark, Nova Jersey, que tinha um sonho, mudou as mentes dos outros com amor. O amor vence. Aos meus jovens bebês LGBTQIA+, nós estamos aqui. A porta agora está aberta, agora alcancem as estrelas!”, comemorou na época.

Por que a atriz é tão importante para a comunidade trans?

O sucesso de MJ Rodriguez no Globo de Ouro é particularmente importante, considerando a falta de representação trans na tela. No Brasil, o cenário vem melhorando após uma onda de  personagens LGBT na TV refletirem que este é o poder de nova geração.

Contudo, ainda há espaço para melhorias na representação trans na tela. De fato, alguns programas continuam a escalar atores cisgênero para interpretar papéis trans e isso deve parar. Afinal, ser transgênero não é uma fantasia, é uma identidade. Por fim, MJ Rodriguez não apenas ajuda a normalizar as pessoas trans em espaços públicos, mas também mostra que é possível não apenas sobreviver, mas prosperar. Quem sabe quantas pessoas serão empoderadas por seu sucesso?