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Pepita lamenta transfobia ao andar com filho em público: ‘Preconceito’

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A cantora Pepita relatou episódios de transfobia sofridos após nascimento do filho. Em entrevista ao “Pod Delas”, a artista revelou que, além de todas as barreiras que já enfrentou em sociedade por ser uma mulher trans, ela passou a perceber os olhares de reprovação de algumas pessoas ao andar na companhia do pequeno Lucca Antônio, de 1 ano.

“Esse contato com a maternidade foi muito bom, me ensinou muito. Os olhares de preconceito sempre vão estar na minha vida. Mas hoje, piorou. Tudo mudou na minha vida… Os olhares são como se eu tivesse cometido o pior crime do mundo”, desabafou.

Pepita desabafa sobre transfobia: “Sociedade me bate todo dia”

Depois de que tornou mãe, Pepita disse ter se tornado ainda mais alvo da transfobia das pessoas. Segundo a funkeira, o constrangimento acontece em diversos lugares que frequenta com a criança:

“A gente tem um sensor que é surreal. A sociedade me bate todo dia, é muito surreal quando me veem no shopping empurrando carrinho de bebê. É um olhar que fala assim: é ela? Mas quando você vê neném no colo, a pessoa olha torto assim. Uma comissária de bordo, na hora de mostrar o check-in, faz questão de pedir meu documento. Tem falas que incomodam muito. Deixa de ser sem noção”.

Apesar disso tudo, Pepita tenta não se importar com os julgamentos das pessoas. No entanto, não é 24 horas por dia que consegue manter a armadura de defesa. “Hoje eu aperto o botão foda-se, mas tem falas que te atravessam de um jeito que não tá legal. Tem dias que eu não estou legal”, lamentou.

Como combater a transfobia?

A transfobia descreve alguém que tem ódio, medo ou repulsa por transgêneros ou qualquer pessoa que não se encaixe no binário de gênero masculino/feminino. Além disso, existem inúmeras maneiras pelas quais a transfobia pode aparecer. Por exemplo, uso de pronomes incorretos, o nome “morto”, ou seja, o nome que a pessoa trans recebeu no nascimento, assédio moral, discriminação e até mesmo a violência. Pelo menos 25% das pessoas trans acreditam que o crime ao qual haviam sobrevivido foi um incidente relacionado ao ódio.

A transfobia pode causar depressão, ansiedade, isolamento e sentimentos de desesperança nessas pessoas. De acordo com dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais, a Antra, 12 suicídios de pessoas transgênero no Brasil foram registrados no primeiro semestre de 2019. Já pelo mesmo período de 2020, 16 mortes foram mapeadas, sendo 6 homens trans e 10 travestis/mulheres trans.

Saiba como combater a transfobia

Educar-se sobre os direitos dos transgêneros, questões de identidade de gênero e como respeitar as pessoas transgênero é a melhor maneira de lutar contra a transfobia. Aqui estão algumas dicas:

  • Nunca pergunte a uma pessoa trans sobre seus órgãos genitais, se ela fez ou não uma cirurgia ou se está tomando hormônios.
  • Evite elogios indiretos como “Eu nunca imaginaria que você é transgênero!”
  • Peça às pessoas seus pronomes em vez de presumir.
  • Use linguagem inclusiva de gênero ao falar com um grupo, como “gente” ou “pessoas”.
Redação Corpo Livre

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