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Professora denuncia machismo ao ser barrada por “roupa inadequada”

A professora Tânia Maruska Petersen denuncia o machismo ao ser repreendida por roupa “inadequada” na Secretaria de Educação de Natal. Entenda caso!

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Professora expõe machismo ao ser barrada por 'roupa inadequada'

A professora Tânia Maruska Petersen fez um alerta contra o machismo e a misoginia depois de a proibirem de entrar na Secretaria Municipal de Educação de Natal por causa do vestido que usava. Em seguida, a educadora da rede pública de ensino disse ter se sentido “humilhada e constrangida” ao ser barrada por estar usando uma “roupa inadequada” e abriu uma denúncia como forma de encorajar outras mulheres a se posicionarem.

“Fica claro que é mais um caso de machismo”, desabafa professora

De acordo com as informações, Tânia Maruska Petersen, professora da Escola Municipal Zuleide Fernandes, teve seu acesso vetado à Secretaria Municipal de Educação pelo chefe de patrimônio e por um segurança da SME. Além de professora da rede municipal, ela também atua como conselheira.

Acima de tudo, a educadora apontou a situação como um “retrato de uma sociedade patriarcal, machista e misógina”. “Em pleno século 21 é inadmissível julgar uma mulher pela roupa que está usando. Principalmente porque o meu vestido não é inadequado. Fica claro que é mais um caso de machismo”, disse ela ao “G1”.

Professora se sentiu envergonhada por proibição em local de trabalho

Em entrevista, Tânia disse que compareceu à Secretaria de Educação para resolver questões de trabalho e assinar documentos:

“Quando eu cheguei, a segurança disse que achava que eu não poderia entrar por causa da minha roupa e que iria acionar o chefe. Ele chegou dizendo que a roupa era inadequada. Eu perguntei quais eram os critérios, já que eu estava com um vestido normal, que eu já usei em outros dias de trabalho e já entrei em outros prédios públicos. Ele respondeu que existia uma portaria que explicava quais roupas não eram adequadas, que eu era uma educadora e que aquela não era roupa de uma educadora”.

Em seguida, a professora disse que se sentiu intimidada e constrangida: “Meu vestido não era curto para ser taxado de inadequado. Fiquei muito triste, envergonhada, foi uma situação vexatória. Eu sou uma excelente profissional. Eu estudo, invisto no meu trabalho, chego cedo, cumpro minhas atividades, e vou ser julgada pela roupa que eu uso?”, questionou.

Sindicato e governo reprovam veto: “Inaceitável”

Em nota, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública (Sinte/RN) classificou o caso como absurdo, inaceitável e lamentável. “O Sindicato se solidariza com a professora e se compromete a lutar contra o machismo onde quer que ele esteja”, escreveu os representantes.

Já a Secretaria Municipal de Educação de Natal está apurando os fatos para tomar as devidas providências. A SME-Natal lamentou o episódio e esclareceu, que, na ocasião, a diretora do Departamento de Administração atendeu a professora na sequência em sua demanda.

Professora lamenta violência imposta às mulheres

Por fim, Tânia disse que sua intenção ao denunciar o episódio foi trazer alerta e incentivar outras mulheres a não deixar que calem suas vozes.

“A gente denuncia, mas fica com receio de que venha alguma represália. Mas eu não poderia me calar, preciso dar voz a outras mulheres porque ainda tratam o feminismo como ‘mimimi’, como tolice, por muita gente. Tratam como uma pauta supérflua e não é. A violência é imposta todos os dias às mulheres, seja física, seja psicológica, quando temos nossos corpos sexualizados, objetificados. Eu não quero que outras mulheres passem por isso”, completou a professora.

Foto de capa: Pexels

Redação Corpo Livre

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