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Samara Felippo sobre maternidade: “Mulheres sempre foram silenciadas”

Samara Felippo expõe maternidade real nas redes sociais e já foi alvo de julgamentos: “Quando comecei a falar que não gosto de ser mãe, fui muito criticada”. Leia mais!

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Em cartaz com a peça “Mulheres que Nascem com os Filhos”, no Rio de Janeiro, a atriz Samara Felippo aborda sobre os estigmas da maternidade. No palco, ela apresenta assuntos profundos, mas com humor e pitadas de deboche. “A maternidade, se você não rir, fica pesada”. Mas, além da ficção, a atriz também levanta a militância da desromantização de ser mãe na vida real.

“A gente sempre vê as mães retratadas como guerreiras, de amor imensurável. Quando comecei a falar que amo minhas filhas, mas não gosto de ser mãe, fui muito criticada. Muitas mulheres nem tem a escolha de ser ou não mãe. Imagina a maternidade preta, periférica? As mulheres sempre foram silenciadas nessa escolha”, desabafou, em entrevista à Quem.

“A pandemia exacerbou a exaustão que é ser mãe”, desabafou Samara Felippo

Mãe de Alícia, de 12 anos, e Lara, de 8, fruto da relação com o jogador de basquete Leandrinho, Samara Felippo desenvolveu a produção da peça junto de Carolinie Figueiredo. De acordo com a atriz, veio de uma vontade de expor seus “dilemas, sombras e culpas”. “Eu estava com duas filhas pequenas e o castelo, que me ensinaram que eu precisava, tinha acabado de desabar”, disse.

Em seguida, Samara Felippo acrescentou que homens são bem-vindos em sua peça. “Não é segmentada, só para mulheres e mães. Os homens se surpreendem porque todo mundo é filho e tem uma mãe, tenha ela gestado, parido, criado, essa mãe tem uma história e é sobre isso que refletimos”, explicou ela, que precisou adiar o espetáculo por conta do coronavírus, em 2020: “A pandemia exacerbou a exaustão que é ser mãe”.

“Não duvidem do amor, mas não romantizem a maternidade jamais”

Vivemos em uma cultura que romantizou a maternidade e, ainda hoje, o mito da mãe perfeita persiste. No entanto, Samara Felippo faz parte do time de mulheres que asseguram que a realidade não é bem assim como pintam por aí.

Isso porque lidar com bebês e criar crianças é um processo exaustivo e pode chegar a ser desgastante. Nesse sentido, dizer que essas mulheres deveriam gostar de cada pedacinho disso não é bom, pois elas podem passar por dias ruins, se sentirem frustradas e ficarem vulneráveis.

Ao romantizar a maternidade, você restringe sentimentos reais, que nem sempre são agradáveis, e ainda pode causar constrangimento a quem sofre de depressão pós-parto, ansiedade e qualquer outro tipo de abalo na saúde mental durante este período.

Assim como ela, outras famosas afirmam que ser mãe é bem mais do que compartilhar seu amor incondicional pelos filhos, mas também confessar seus medos, dores, solidão emocional, estresse diário, exaustão psicológica e mais. “Entendi que cada maternidade é uma e, por aqui, estamos caminhando desse jeito e eu sei que sou a melhor que posso ser pra elas. Não duvidem do amor, por favor, mas não romantizem a maternidade jamais”, pediu Samara Felippo em outra ocasião.

Samara Felippo pede pelo equilíbrio da paternidade

Por fim, Samara Felippo pediu pelo equilíbrio da paternidade. O assunto se deu início com a participação de Pedro Scooby, que tem três filhos com Luana Piovani, no elenco do time Camarote pelo “BBB22”, reality no qual assuntos como a transfobia e a gordofobia já foram debatidos.

“Eu nunca iria sem avisar ninguém, mas deixaria, sim, com o pai e a rede de apoio que eu tenho. O pai tem carta branca e o aval da sociedade para correr atrás dos sonhos e as mães se sentem culpadas se fizerem o mesmo. A culpa é um lugar que prende as mulheres à relacionamentos abusivos”, completou.

Foto de capa: Reprodução Instagram / @sfelippo / @fotosdamandy

Redação Corpo Livre

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