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Taís Araujo revela críticas ao recusar cena de sexo aos 17 anos

Tais Araujo recusou cena erótica aos 17 anos em novela “Xica da Silva” e enfrentou críticas de autores. Saiba mais!

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Duas gerações da icônica personagem Xica da Silva se encontraram durante participação no programa “Roda Viva”: Taís Araujo e Zezé Motta. Em bate-papo com jornalistas, as duas atrizes comentaram sobre a hiperssexualização de mulheres negras. Além disso, falaram das experiências de já terem sido objetificadas pela mídia.  

Taís Araujo se sentiu erotizada ao fazer novela “Xica da Silva”

Primeiramente, Taís Araujo expôs um episódio que enfrentou quando tinha apenas 17 anos. Ela disse ter sido criticada pelos escritores de novela, Walcyr Carrasco e Walter Avancini, por ter se recusado a fazer uma cena de sexo anal em “Xica da Silva”, em 1996.

“A nossa vida se cruza em alguns momentos e eu vou começar pela nossa amada Xica da Silva. Xica foi retratada muitas vezes pelo lado erótico. Quando eu fui fazer, no momento em que eu neguei fazer uma cena de sexo anal, Walter Avancini e Walcyr Carrasco foram publicamente dizer que eu estava transformando a Xica da Silva em Maria Chiquinha”, comentou a artista.

Zezé Motta afastava rótulo sexual de personagem no passado

Tal revelação surpreendeu Zezé Motta, que interpretou na trama Maria da Silva, mãe de Taís Araujo. “Meu Deus do Céu! Sabe que essa história que você contou eu nunca soube”, disse a veterana, impactada com a revelação.

Mas Zezé Motta exaltou a personagem: “Xica foi uma mulher fantástica, empoderada, corajosa, à frente do seu tempo. E ela dá muita sorte para quem representa ela. Já percebeu?”. Além disso, Zezé Motta contou também que, enquanto vivia Xica da Silva, cansou de dar entrevistas para defender a personagem, afastando o rótulo de representar um símbolo sexual.

“Eu passei por um processo de embranquecimento”, revela atriz

Logo após, Taís Araujo e Zezé Motta abordaram sobre o racismo. A veterana, de 77 anos, disse que passou parte da adolescência e sua vida adulta buscando se assemelhar às pessoas brancas por conta do preconceito que sofria na escola. Por fim, ela também revelou que já pesquisou se existia cirurgia para reduzir tamanho do bumbum.

“Na minha adolescência passei por uns processos complicados. Minhas amiguinhas falavam ‘seu nariz é chato, seu cabelo é ruim e seu bumbum é grande’. Eu passei por um processo de embranquecimento”, admitiu.

Para dar um fim nos comentários, a artista chegou a cogitar passar por mudanças em seu visual: “Eu queria operar o nariz, assim que eu pude eu comprei uma peruca chanel que era o que estava na moda e usava, e cheguei a pesquisar se existia uma cirurgia para diminuir o bumbum. Olha que loucura. É um crime, né? Total negação”.

No entanto, a aceitação de Zezé Motta começou em 1960, quando a atriz fez uma viagem aos Estados Unidos para procurar mais sobre suas raízes. Por isso, para entender as complexidades, lutas e o sentimento de pertencimento, ela também fez um curso com a antropologista e intelectual negra Lélia Gonzalez.

Foto de capa: Reprodução Instagram / @taisdeverdade

Redação Corpo Livre

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