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Victoria’s Secret promete ‘mulheres diversas’ após 4 anos de hiato; Lizzo pressiona

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Um dos eventos de moda mais famosos ao redor do mundo, o Victoria’s Secret Fashion Show está de volta. Recentemente, o diretor financeiro Timothy Johnson disse que a marca está tentando renovar o antigo programa anual e investindo em uma nova versão de desfiles após hiato polêmico de quatro anos.

Posteriormente, um porta-voz da Victoria’s Secret & Co. disse ao “The Hollywood Reporter” que a marca está “sempre inovando e criando ideias em todas as esferas do negócio para continuar colocando o cliente no centro de tudo, reforçando o compromisso de defender as vozes das mulheres e suas perspectivas únicas”.

Logo após, ele continuou com a declaração: “Nossa nova projeção e missão de marca continuarão a ser nosso princípio orientador. Isso nos levará a novos espaços, como recuperar uma de nossas melhores propriedades de marketing e entretenimento até o momento e virá-la de cabeça para baixo para refletir quem somos hoje. Estamos ansiosos para compartilhar mais ainda este ano”.

Victoria’s Secret Fashion Show: relembre as polêmicas que causaram hiato

Em novembro de 2019, o Victoria’s Secret Fashion Show foi cancelado em meio a várias controvérsias em torno da marca. Por exemplo, a ligação do ex-CEO corporativo Les Wexner com Jeffrey Epstein. Ele liderava uma rede de tráfico sexual e abuso de jovens menores de idade. Nesse meio tempo, a empresa também enfrentou mais reações negativas após uma reportagem do “The New York Times”.

Nela, o ex-diretor de marketing Edward Razek foi acusado de criar uma “cultura de misoginia, bullying e assédio”. No entanto, ele negou as denúncias através de um e-mail. “As acusações nesta reportagem são categoricamente falsas, mal interpretadas ou tiradas do contexto. Tive a sorte de trabalhar com inúmeras modelos de classe mundial e profissionais talentosos. Tenho muito orgulho do respeito mútuo que temos um pelo outro”, disse.

Esta não foi a primeira vez que o executivo ganhou manchetes. A empresa anunciou a renúncia de Razek em agosto de 2019, após seus comentários polêmicos e em entrevista à “Vogue“. Ele mencionou que não havia espaço para modelos plus size ou transgêneros nos desfiles da Victoria’s Secret “porque o show é uma fantasia”.

Victoria’s Secret lançou campanha com ativista LGBTQIAP+ e modelo plus size

Por outro lado, em 2021, a Victoria’s Secret quis se reinventar. Na época, a marca lançou sua campanha VS Collective com a modelo plus size Paloma Elsesser, a ativista LGBTQIAP+ Valentina Sampaio e a estrela do futebol americano Megan Rapinoe. A nova aparência, ou seja, sem a assinatura Angels, era uma estratégia de vender de produtos que refletiam “o que as mulheres querem”, segundo eles.

Uma campanha do Dia das Mães, inclusive lançada logo após sua reformulação da Victoria’s Secret, apresentou uma modelo grávida em um roupão rosa de seda, um movimento deliberado para refletir uma variedade mais inclusiva de tipos de corpos.

Lizzo cobra: “Valorizam inclusão ou o dinheiro?”

Não está claro o que o novo desfile de moda implicará, mas as reações online ao anúncio foram mistas. Enquanto alguns acreditam que seja uma manobra para lucrar e que a Victoria’s Secret não tenha aprendido a lição, outros acreditam que a reformulação tenha mesmo o objetivo de “defender as vozes das mulheres”, assim como o Savage X Fenty, de Rihanna.

Nas redes sociais, a cantora Lizzo falou francamente sua opinião sobre o comeback e ainda fez uma cobrança. “Esta é uma vitória para a inclusão, pelo bem da inclusão. Mas se as marcas começarem a fazer isso apenas porque receberam uma reação negativa, o que acontecerá quando as ‘tendências’ mudarem novamente? Os CEOs dessas empresas valorizam a verdadeira inclusão? Ou eles apenas valorizam o dinheiro?”, questionou.

A verdade é que o Victoria’s Secret Fashion Show lucrou em toda sua história vendendo um modelo padrão de beleza por anos e nunca se importou em construir uma marca voltada para a inclusão e representatividade, preferindo cancelar o show a isso. Será que vamos finalmente ver a diversidade ou é tarde demais? Estaremos atentas!

Redação Corpo Livre

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