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“BBB22”: Natália enfrentou machismo e baixa autoestima por vitiligo
Natália Deodato vem rompendo preconceitos contra o vitiligo desde sua chegada ao “BBB22”. A sister relatou como recuperou a autoestima com a doença que causa despigmentação na pele.
O “BBB22” tem sido palco para abrir importantes discussões que envolvem a diversidade. Assim como Tiago Abravanel deu uma aula explicando a gordofobia, Natália Deodato vem quebrando os paradigmas sobre o vitiligo. Visivelmente emocionada, a integrante do time Pipoca revelou que, por muito tempo, a doença autoimune abalou o seu amor-próprio.
Veja o que disse Natália sobre vitiligo, amor-próprio e autoestima
“Eu fiquei me sentindo muito feia, autoestima baixa e ouvi coisas do tipo: ‘Ninguém nunca vai querer estar com você, ninguém nunca vai te amar porque você é manchada, os homens que vão te querer vai ser só para usar o seu corpo ou vão abusar de você’. Eu ouvi isso com 10 anos de idade. Isso, pra mim, na hora, foi muito forte”, lamentou para Linn da Quebrada.
Segundo Natália, a autoaceitação surgiu quando ela teve um novo olhar para o vitiligo. “Eu coloquei na minha cabeça que eu não mereço menos, eu não sou diferente das pessoas porque tenho vitiligo. Muito pelo contrário, comecei a me achar tão merecedora quanto”, afirmou.
No “BBB22”, Natália revela que vitiligo dificultou expor sentimentos
No “BBB22”, Natália admitiu que o vitiligo ainda lhe causa dificuldade em demonstrar seus sentimentos. Primeiramente, ela começou o papo contando que sua relação com a mãe flui de maneira natural, mas fica difícil expor a emoção na frente das pessoas que são de fora do seu convívio do dia a dia.
“Então, aqui dentro, pra mim, está sendo um embate muito forte nisso. Às vezes, fico mais calada, outras mais séria ou introspectiva, porque é um momento que estou precisando extravasar e não consigo. O meu vitiligo, por exemplo, é uma forma muito clara de expressar isso, eu engulo tanto o meu sentimento para não transparecer para as pessoas que estou com uma sensibilidade. Sou humana e aí isso aflora de alguma forma”, explicou.
Natália rompe mitos sobre a doença: saiba mais!
De acordo com dados oficiais da Sociedade Brasileira de Dermatologia, o vitiligo atinge cerca de 1% da população mundial e, aproximadamente, 1 milhão de pessoas no Brasil. Nas redes sociais, internautas com a doença autoimune comemoram a participação de Natália Deodato no “BBB22” como uma forma de trazer visibilidade e estímulo ao debate a fim de derrubar mitos, como por exemplo de que a doença é contagiosa.
Segundo o “BBBc News Brasil”, especialistas afirmaram que, além de não ser transmissível, o vitiligo reduz a chance de uma pessoa ter câncer de pele. “A pessoa pode ter a genética e passar a vida inteira sem que a doença se manifeste. Para ela entrar em atividade, é necessário um fator ambiental: o estresse. Ela é uma doença 100% ligada ao emocional e, na maioria dos casos, você tem uma história calra do que desencadeou”, afirmou o dermatologista especialista em vitiligo Paulo Luzio, negando ainda que a doença possa “evoluir” para o albinismo:
“São genéticas e doenças diferentes. No albinismo, você tem células de pigmento em número normal, mas elas não funcionam de maneira simplificada. No vitiligo, há células, mas elas vão morrendo pelo sistema imunologico. Quando ela atinge mais de 70% do corpo, é chamada de vitiligo universal, mas não é albinismo”.
Por fim, vale reforçar que, atualmente, existem alguns tratamentos com laser para diminuir as manchas causadas pela condição, além do uso diário do protetor solar e cremes. No entanto, o vitiligo não gera nenhum tipo de problema de saúde.
Foto de capa: reprodução / Instagram @natalia.deodato / @leoperdigaoph