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Trans ou travesti? Linn da Quebrada explica a diferença no “BBB22”
Linn da Quebrada conversou sobre identidade de gênero com Pedro Scooby e explicou a diferença entre trans e travesti pelo “BBB22”. “Não são as cirurgias que nos dividem”.
Linn da Quebrada está sempre trazendo ensinamentos com base nas suas experiências de vida dentro e fora do “BBB22”. Além do marco de ter aumentado as pesquisas pelo termo “trans” no Google, a artista explicou um pouco mais sobre identidade de gênero em um bate-papo com Pedro Scooby. Na conversa, foi explicado ao surfista de ondas gigantes a diferença entre uma pessoa trans e travesti, como ela se identifica.
Primeiramente, Pedro questionou a Lina se “trans é o mesmo que o travesti”. Em seguida, a sister corrigiu o colega de confinamento, alertando que o correto é usar o pronome feminino “a travesti”. “A transgeneridade é um grande guarda-chuva, que fala sobre as identidades trans. Tem muitas identidades trans”, disse. “Sendo operada ou não?”, perguntou Scooby.
“Não é a genital que vai definir a identidade”, diz Linn da Quebrada
Em seguida, Linn da Quebrada disse que o órgão genital não define identidade. Além disso, para uma pessoa ser considerada trans ou travesti, segundo a cantora, não precisa necessariamente passar por uma cirurgia.
“Não é a genital que vai definir a identidade, assim. Esse é um princípio básico, não é minha genital que define minha identidade. Não é se eu tenho um pinto ou se tenho uma b* que vai definir se eu sou homem ou se eu sou mulher. Não é necessariamente a cirurgia. Para não errar, o melhor é perguntar para a pessoa. E aí posso falar só da minha experiência, mas você não chega para as pessoas e pergunta que cirurgia ela fez”, disse.
Em conversa com Naiara Azevedo, anteriormente, ela já havia comentado: “É uma pergunta complexa, sabia? Ao meu ver, tem mais aproximações do que diferenças. A travesti é uma identidade latino-americana, brasileira. É uma coisa brasileira mesmo. Uma está no local social e político mais marginalizado”.
Linn da Quebrada explica sobre passabilidade
Depois, Pedro Scooby relembrou uma conversa que teve com Carol Marra, atriz transexual no ar com sua primeira personagem cisgênera em novela da TV Globo. “Tipo, porque tem um preconceito e ainda mais que ela é gatona, pegava geral e o homem ficava naquele lugar de ‘tem que avisar’. E não tem que avisar”, contou ele.
Para Linn da Quebrada não existe a necessidade de ter um aviso. Outro ponto tocado pela integrante do time Camarote foi a passabilidade, que implica em ninguém perceber que um indivíduo é trans e pensarem que, na verdade, é cis. “Tem mulheres que parecem mulheres cis, que agem como mulheres, que tem o padrão estético de mulheres cis. E tem mulheres cis, mulheres de b*, de vagina, que para a sociedade não parecem com mulheres, não se comportam como mulheres, não se vestem como mulheres”, continuou.
“Se você se interessou por mim e quer ficar comigo, é uma coisa e pronto. Aconteceu com uma pessoa que conheço, ela ficou com um cara no samba, no pagode, uma coisa assim e aí houve uma pressão por parte de outros amigos e ele quebrou uma garrafa de cerveja na cabeça dela e ninguém do bar se mobilizou porque aí parece que ela era a errada e que tinha que ter avisado que ela era pessoas trans”, recordou Linn da Quebrada.
Sister afirma que não tem diferença entre mulheres trans e travestis
Por fim, momentos antes da câmera deixar o foco da conversa, Linn da Quebrada, que tem equipe formada nas redes composta apenas por travestis, concluiu dizendo para Pedro Scooby não existem diferenças entre mulheres trans e travestis: “Não são as cirurgias que nos dividem. Não existe uma divisão. Existem diferenças, mas para mim existe muito mais aproximação. A travestilidade se constrói”.
Foto de capa: reprodução “BBB22” / Gshow / TV Globo