Remédios para emagrecer, chás, enzimas: vale tudo pelo “corpo perfeito”?

A morte prematura da cantora Paulinha Abelha, vocalista da banda Calcinha Preta, reacendeu o debate sobre remédios para emagrecer. Isso porque os exames da artista apontaram graves lesões nos rins, além de hepatite, entre outros. Esse resultado pode estar associado ao uso de chá emagrecedor, como revelado pelo viúvo. 

Para emagrecer, mulheres apostam em chás, remédios e mais. Veja!

No entanto, Paulinha Abelha não é um caso isolado. Casos recentes mostram que os chás emagrecedores estão em alta. Mas, por trás desses remédios, pouco se fala das consequências dessa cultura que visa apenas um corpo mais magro. Saiba mais!

Paciente precisa de transplante de fígado após tomar chá emagrecedor

A enfermeira Mara Abreu, de 42 anos, foi parar na fila de um transplante de fígado após quadro de hepatite fulminante. A paciente, que não tinha nenhum problema de saúde, precisou do procedimento por conta do uso de chá emagrecedor. Apesar dos esforços, Mara não resistiu e morreu. 

Na ocasião, a médica Liliana Ducatti fez um apelo nas redes sociais. “Nós recomendamos não fazer o uso desse tipo de medicação: chá que desincha, chá detox, natural, erva… Não faça uso, desaconselhe as pessoas que você conhece. Isso tudo é charlatanismo, fazem mal para o fígado sim e podem levar à necessidade de um transplante”. 

Mulher perde o rim depois de aplicar enzimas no corpo

No Pará, a designer de unhas Cristina Martins precisou fazer uma cirurgia para retirar o rim direito. Isso porque ela havia feito uma aplicação de enzimas para emagrecer, que acabou provocando complicações graves e a necessidade de uma intervenção cirúrgica. 

De acordo com os médicos responsáveis, a inflamação era tão aguda que poderia afetar a coluna e até mesmo levar a óbito. “Eu vejo que muita gente confunde e acha que é um serviço simples, que pode ser feito em domicílio ou de qualquer maneira e não é”, disse Cristina. 

Fígado e rins são os órgãos mais afetados pelos remédios para emagrecer

Não existem coincidências entre os casos citados acima, incluindo a morte de Paulinha Abelha. Todos os resultados apontam consequências graves no fígado e nos rins, que são os órgãos mais afetados pelos remédios para emagrecer. 

Mas por que isso acontece? É que essas substâncias têm efeito diurético, fazendo com que esses órgãos trabalhem sem parar, para eliminar água do organismo. Assim, o corpo magro é, na verdade, resultado de uma desidratação, e não da perda de gordura. 

“Tomar remédio para emagrecer sem acompanhamento é algo muito perigoso, e, infelizmente, bastante comum no Brasil, tão pautado pela beleza e pelos padrões estéticos”, explica a nutricionista Sophie Duram, referência no assunto. 

De acordo com a profissional, existe ainda o efeito rebote, no qual os quilos voltam rapidamente. Assim, são comuns os casos de depressão após a ingestão desses medicamentos. 

Anvisa proíbe remédios para emagrecer, mas busca não acaba

Depois dos casos recentes virem à tona, a Anvisa atualizou a lista de remédios e substâncias emagrecedoras que são proibidas para venda. Mas, na prática, a cultura da dieta ainda faz muitas mulheres acreditarem em soluções rápidas para ter um corpo ideal. 

Por isso, é importante ficar atenta. Não caia nos discursos que prometem resultados instantâneos, mas que você precisa pagar um preço alto para atingi-los. É a sua saúde e a sua vida que estão em jogo!

Se você está insatisfeita com a aparência ou tem questões com a própria imagem, procure profissionais responsáveis para te ajudar em seu processo. Um #CorpoLivre também é autoconhecimento, responsabilidade e amor!

Foto de capa: Pexels