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Gordofobia não é piada: como acabar com o estereótipo?

Gordofobia não é piada, mas muitas pessoas gordas ainda sofrem com a ridicularização sobre seus corpos. Como acabar com o preconceito?

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Gordofobia não é piada

Para além da falta de acesso, a gordofobia continua presente por meio da violência física, verbal e, muitas vezes, psicológica. No entanto, essas ações, carregadas de preconceito e limitações, também podem surgir disfarçadas como preocupação sobre o corpo alheio em um primeiro instante. Mas a verdade é que até essa observação pode gerar uma consequência negativa no outro. E o mais importante: não é piada!

Gordofobia é quando você faz ou ouve um comentário sobre peso de outra pessoa, acha engraçado que alguém que não passa em uma roleta ou não tem assento para o seu biotipo numa condução. Ou também quando você diz que alguém só “faz gordice” e até mesmo que pessoas gordas têm o rosto lindo, anulando todas as outras qualidades. Isso e todo tipo de desrespeito que os envolvem é uma atitude gordofóbica e não tem graça. Como acabar com o estereótipo?

Bia Gremion sofreu gordofobia e teve foto tirada de contexto

Entre os influenciadores, a gordofobia já aconteceu e partiu de pessoas influentes da mídia. Em julho de 2020, o humorista Leo Lins, do programa “The Noite”, do SBT, usou uma foto da modelo Bia Gremion para divulgar uma de suas apresentações e gerou revolta na internet. 

Além disso, não só Bia Gremion teve seu corpo ridicularizado. Seu namorado, Lorenzo Magnaboschi, que é um homem trans, também. “Corpo gordo não é piada! Até quando o corpo vai ser tratado como piada? Corpo gordo não é público pra você fazer o que bem entende sobre ele. Gordo existe e resiste. E se preparem pra ver cada vez mais pessoas gordas em relacionamentos, mostrando seu corpo, tendo orgulho da suas características”, desabafou na época.

Alexandra Gurgel e a origem da hashtag #GordofobiaNãoÉPiada

Em 2017, a Alexandra foi alvo de gordofobia por Danilo Gentili. Por isso, na época, ela usou seu canal no Youtube para repreender a atitude e as piadas gordofóbicas do apresentador: “Hoje em dia fazer piada com gordo, negro, gay, mulher não é mais engraçado. Você não tira mais riso disso”.

Mesmo assim, os ataques do apresentador contra ela voltaram a acontecer em 2020. Pelo Twitter, ele fez uma montagem usando sua foto para fazer outra “piada”. “O que a pessoa quer com isso? Fazer rir menosprezando alguém, botando seus milhões de seguidores para destruir minha vida, inventar fake news, ficar em cima de mim? Não aguento mais, é todo dia”, lamentou ela. 

No entanto, o episódio originou a hashtag #GordofobiaNãoÉPiada, que ficou em segundo lugar nos trending topics mundiais do Twitter por horas. Assim, a palavra “gordofobia” entrou de vez no radar e o caso levou Alexandra a dar várias entrevistas sobre o assunto.

Mudar é possível, mas é preciso querer enxergar o erro

Para ela, mudar de atitude é muito possível. No entanto, tem que estar aberto para querer mudar suas ideias e “abrir a cabeça”. “A sociedade está passando por este processo e estamos vendo muita gente refletindo sobre o que consome, quem segue nas redes sociais e onde vão gastar seu dinheiro. Precisa entender, assumir e assimilar o erro para pedir desculpas”, aconselhou em entrevista à “Marie Claire”.

De acordo com o jornalista Lucas Pasin, também é preciso estudar mais e buscar informações sobre a gordofobia. “Converse com pessoas que você gosta e que são ‘fora do padrão’. Além disso, converse com pessoas que são contra piadas sobre gordos e tentem entender as justificativas delas. Não precisa ser gordo para lutar contra a gordofobia. Preconceito machuca”, declarou.

Consumir preconceito com pessoas gordas só gera mais gordofobia

Fazer uma piada sobre um corpo gordo incentiva outras pessoas a tomarem a mesma atitude e, assim, os comentários preconceituosos não terão fim. Vale destacar ainda que, as consequências existem e, dentre elas, estão a baixa autoestima, a agressividade, dificuldades de interagir socialmente, depressão e muitas outras. 

Muitos ainda usam a internet como o ambiente “perfeito” para destilar o seu ódio em cima de pessoas que não consideram dentro do seu padrão. Entretanto, as pessoas agora estão de olho para impedir que ocorra espaço para a gordofobia, principalmente para os comentários disfarçados de “piada”.

Foto de capa: Júlia Bandeira

Redação Corpo Livre

Somos uma equipe de profissionais e colaboradores empenhados em transformar através da informação e da diversidade. Enquanto veículo, queremos construir uma nova forma de dialogar na internet sobre Corpo Livre!

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