Corpo
Bruna Marquezine sobre insegurança: ‘Cresci vítima do olhar alheio’
Bruna Marquezine conversou sobre inseguranças, rivalidade feminina e críticas contra sua aparência em podcast. “Não é possível que as pessoas ainda acham que têm o direito sobre o corpo do outro”, desabafou.
Bruna Marquezine conversou sobre seu futuro na DC Comics, insegurança e rivalidade feminina em um episódio de milhões pelo Poddelas, apresentado por Tatá Estaniecki e Bruna Unzueta no Youtube. Primeiramente, a atriz falou da estreia em filmes de super-heróis e a carreira internacional. Bruna está prestes a se mudar para os Estados Unidos e ficar cinco meses em uma rotina intensa de gravações do “Besouro Azul”.
“Eu cresci ouvindo que era impossível”, conta a atriz
De acordo com Bruna Marquezine, ela sempre acreditou que iria trabalhar fora do Brasil. “A gente sempre acha que o atual projeto é o projeto da vida. Todos têm sua importância e me trouxeram até aqui, mas é um sonho, um divisor de águas, e um dos mais significativos”, afirmou.
Mesmo acreditando em seu potencial, Bruna Marquezine, por muitas das vezes, preferiu não dividir a certeza de que iria levar sua carreira fora do país para evitar julgamentos.
“Brasileiro tem a síndrome do vira-lata, e não acredito que seja só porque é um trabalho fora do meu país que tem sua importância. Eu cresci ouvindo que era impossível. As pessoas sempre me perguntavam se eu queria ter uma carreira internacional, e para mim não fazia sentido. Não é tudo a minha carreira, a minha jornada? Sempre tive a certeza desde muito nova que iria trabalhar fora, e tinha muita vergonha de dividir isso, de me acharem soberba. Ao longo da vida, Deus confirmou isso diversas vezes, e eu falava em tom de brincadeira porque tinha medo de falarem que eu era louca. Não transformei essa certeza num objetivo, mas comecei a me preparar”, acrescentou.
Bruna Marquezine diz que não ser a própria hater é uma luta diária
Ao longo do tempo vieram as inseguranças. No bate-papo, Bruna Marquezine disse que cresceu “vítima do olhar alheio” e, a partir daí, surgiram as inseguranças.
“A gente cresce se enxergando muito através do olhar do outro e, na maioria das vezes, ele é duro e nem sempre vem coberto de empatia, compaixão e verdade. Às vezes é duro, cruel e isso vai mexendo com você em algum lugar. Então, sempre me enxerguei com o olhar do outro e esse outro é sempre meu pior hater. É uma luta diária. Primeiro é ter consciência de que eu vou ser a pessoa que mais vou me julgar e me machucar. Depois, é tentar calar essa voz. Entender quando é a voz que quer te proteger ou quando você tá sendo cruel. eu tenho uma capacidade inacreditável de ser cruel comigo mesmo”, disse.
Para passar por essa situação, foi a mãe de Bruna Marquezine que notou que havia algo estranho na filha. Ao ter sua primeira consulta, a terapeuta disse que a estrela de “Besouro Azul” estava depressiva: “A minha mãe, que tem uma cabeça de outra geração, falou que eu não estava bem e pegou uma indicação de uma terapeuta. Eu lembro que cheguei chorando e dizendo que não queria tomar remédio, que eu não era louca. Aí você vai entendendo o que é essa voz, assim. Mas essa coisa de ir para fora, eu fui me capacitando mesmo duvidando do que eu poderia”.
Atriz sobre críticas à sua aparência: “Me incomodava”
Seguida por 42 milhões de pessoas pelo Instagram, Bruna Marquezine explica que não se mantém tão ativa na rede social porque “quer ter o direito de se sentir feia”.
“Tem gente que acha que é tipo, mas não, é falta de paciência. E porque quando eu estou em casa sozinha eu gosto de exercer meu direito de ser feita. Todo mundo tem o direito de não pentear o cabelo, de não estar com a pele boa, de ter olheira, de botar uma blusa velha de político e um short de lycra. Feia, não quero fazer stories. Às vezes tem até um negócio engraçadinho para falar, mas estou feia. Tem hora que eu quero ser feia e desinteressante em paz. Mas comida eu posto”, brincou.
Por falar em rede social, Bruna Marquezine possui há de dois anos um destaque em seu Instagram no qual rebateu críticas à sua aparência. A artista alega que a postagem se tornou uma inspiração para outras mulheres, que passaram a notar a pressão estética sobre elas:
“Claramente me incomodava, mas hoje, quando vejo, penso: ‘Nossa, não é possível que as pessoas ainda acham que têm o direito sobre o corpo do outro, sobre o que veste ou deixa de vestir, come ou deixa de comer’. Quando que vou perder meu precioso tempo indo até a rede social de alguém pra falar sobre seu peso, aparência ou roupa? Eu não vou fazer isso”.
Bruna Marquezine lamenta incentivo a rivalidade feminina
A rivalidade feminina também foi um ponto da conversa. No podcast, Bruna Marquezine comentou sobre a reaproximação com Anitta. As duas tiveram um afastamento em 2019 depois que a intérprete de “Envolver” ficou com Neymar meses depois do rompimento do ex-casal. Segundo a atriz, não existia mais cabimento ela e a intérprete de “Envolver”, que se admiram, não se falarem por um “relacionamento que nem existe mais” e “por causa de homem”.
“Eu sempre gostei das músicas dela. Independentemente da gente se falar ou não, ter algo mal resolvido ou não, sempre consegui separar isso. Eu já estava sentindo há um tempo uma vontade de encontrá-la e falar ‘está tudo bem, não existe nada’. Ou poderia ter existido um dia – não vou falar ‘poderia’ porque é uma hipocrisia, as pessoas viram – o que existiu é uma coisa tão boba e pequena e relacionada a um relacionamento que nem existe mais. E por causa de homem. Pelo amor de Deus, tem condição de em 2022 eu não falar com uma mulher que eu admiro por um desconforto?”, perguntou.
Em seguida, Bruna Marquezine admitiu ter ficado magoada com a situação, mas que não tinha mais argumentos para sustentar a chateação. Além disso, criticou o fato de incentivarem o mal-estar entre elas. “Naquele momento pode ter feito sentido, mas depois que as coisas se resolveram, por que ainda existe? E as pessoas também gostam de reforçar isso, a inimizade, a competição, de exaltar uma e diminuir outra”, se queixou.
Foto de capa: reprodução / Instagram @brunamarquezine