Bem-estar e autoestima
Famosas falam da importância de mostrar cabelo natural

A expressão da beleza através de penteados tem sido uma assinatura de longa data da cultura negra. Do “afro”, ao cabelo enrolado e às tranças, as mulheres pretas usam suas madeixas como uma expressão pessoal de quem são e para mostrar a evolução da cultura negra ao longo do tempo. Agora, elas mostram a importância de mostrá-los em sua forma cada vez mais natural.
Nesta semana, por exemplo, Camilla de Lucas, que é negra, reafirmou a beleza do seu cabelo natural, exibindo como ele está após a transição dos cachos. “A liberdade está comigo, por que ela nasceu comigo”, disse a ex-BBB nas redes sociais.
Falta de representatividade negra fez Marvvila acreditar ser menos atraente
E por falar em “Big Brother Brasil”, Tina e Marvvila foram duas participantes que se despediram das tranças e assumiram a naturalidade de seus fios. A pagodeira desabafou que a falta de representatividade negra na TV e até mesmo campanhas publicitárias afetou sua autoestima, a fazendo se sentir menos atraente.
“Levei anos para entender que o meu cabelo era bonito. Porque, até então, desde criança até adolescência, eu fazia ‘relaxamento’ no cabelo. Ninguém achava bonito o ‘black’. Não existia isso. Eu, realmente, não me achava bonita. Quando crescia um pouquinho da minha raiz, eu ficava desesperada. ‘Preciso relaxar, preciso relaxar [o cabelo]’. Aí eu falei: ‘Cara, quero conhecer o meu cabelo’”, declarou a artista em sua passagem pelo reality show.
Nesse time poderoso de artistas negras, Iza vê seu cabelo crespo como ato político. “Foi o primeiro momento de resistência e ele foi muito necessário”, comentou em entrevista ao “Gshow”. Desse mesmo modo pensa a atriz Taís Araujo, incentivando outras mulheres negras nas redes sociais a ter o cabelo natural: “Vivo de orgulho do meu cabelo crespo, afinal compreendi, já não retrocedo’. Cabeça erguida, queixo pra cima e nenhum passo pra trás. Quem vem?!”.
Mulheres negras e a importância do cabelo natural
Durante décadas, as mulheres negras foram forçadas a assimilar um ideal de como a beleza deveria ser. Mas nesta era milenar, a comunidade está criando corajosamente seus próprios padrões de beleza. Felizmente, esse movimento tem se refletido em nossas telas de televisão, já que em séries, filmes e novelas,muitas mulheres vêm servindo como inspiração para alimentar conversas sobre diversidade cultural, empoderamento e até mesmo frustrações com os padrões impostos pela sociedade.
A cultura negra abraça a inclusão, mas também anseia por ser mais ouvida e atendida. O que se espera é que a representatividade do cabelo natural nas mais diversas áreas da vida nunca perca de vista seus valores, crenças e conexões emocionais que são fundamentais para a autoestima de mulheres negras no país.