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Filtros de beleza da internet: os impactos pela busca da perfeição

Os filtros de beleza da internet podem causar distorção de imagem e até mesmo afetar a autoestima. Saiba mais sobre os impactos da ferramenta.

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Filtros de beleza na internet

Pele sem marcas de expressão, boca volumosa, rosto mais fino. Esses são apenas alguns dos efeitos dos chamados filtros de beleza da internet. Por meio de aplicativos das redes sociais, dá até para mudar completamente a aparência. Por outro lado, o que parece apenas uma ferramenta sem perigo pode gerar uma distorção da autoimagem e levar pessoas a uma certa obsessão pela busca da “perfeição”. Saiba mais sobre os impactos!

Taxas de ansiedade e depressão aumentaram em 70% com redes sociais

De acordo com a pesquisa realizada pela Royal Society for Public Health, instituição de saúde pública do Reino Unido, cerca de 90% das pessoas entre 14 e 24 anos estão usando as redes sociais mais do que qualquer outra faixa. Dessa forma, as taxas de ansiedade e depressão também aumentaram pela população em 70%.

O documentário “O Dilema das Redes”, da Netflix, também trouxe esse tema à tona quando foi lançado. A produção alerta como a internet e os filtros de beleza às vezes podem afetar a autoestima e abalar a identidade. “As mídias sociais foram criadas para gerar algoritmos que são ótimos em recomendar outro vídeo ou te fazer tirar uma foto com filtro”, declarou Tristan Harris, ex-designer ético do Google. 

Filtros de beleza da internet viram referências para cirurgias plásticas

Nesse meio tempo, algumas famosas já se manifestaram contra os filtros de beleza da internet, alertando sobre a distorção de imagem que eles podem causar aos usuários. Entre elas, a atriz Maria Bopp, também conhecida como Blogueirinha do Fim do Mundo, usou sua conta do Youtube para falar sobre a “Dismorfia do Snapchat”. O termo foi criado pelo cirurgião plástico americano Tijion Esho.

“Uma pesquisa disse que a motivação de 55% das garotas que fizeram rinoplastia recentemente foram para sair melhores em selfie. Super normal, né? Inclusive, tem um fenômeno que está rolando no mundo inteiro, que mostra que muitas mulheres estão pegando fotos delas mesmas com filtro e levando para os cirurgiões plásticos”, ironizou.

Influenciadora Virgínia Fonseca deixou de usar filtros de beleza da internet

Virgínia Fonseca não esconde nenhuma de suas intervenções estéticas já feitas. A princípio, a influenciadora chegou a cogitar pela rinoplastia ao usar constantemente um filtro que afinava seu nariz. Desde então, a mineira decidiu dar um basta nos filtros de beleza da internet:

“Me perguntam porque eu não uso filtro. Teve uma época que eu estava usando um que diminuía um pouco o nariz, aumentava um pouco a boca, a pele ficava perfeita. Mas eu comecei a achar defeito em mim onde não era para achar. Isso está errado, não está me fazendo bem, não era o que eu queria. Então, quando a gente sabe o que a gente não quer, a gente corta”.

Já a atriz Fernanda Concon criticou a naturalização da lipoaspiração e outras cirurgias estéticas vinda de outras personalidades. 

“São pessoas de muita influência apresentando para o seu público as cirurgias plásticas como soluções simples e eficazes para problemas que vão, muitas vezes, além do estético. Sem ao menos criar uma conscientização, ou seja, explicar os reais motivos de estar fazendo a cirurgia, alertar sobre a reflexão que precisa ser feita antes de tomar a decisão, falar dos riscos da cirurgia”, disse.

Noruega impede influenciadoras que não refletem a realidade

Na Noruega, desde 2009, se tornou ilegal que influenciadoras compartilhem suas fotos com filtros de beleza da internet em seus rostos e corpos. A lei em vigor afeta as publicidades pelas plataformas sociais, mas é uma forma de reduzir a pressão de jovens sobre sua própria aparência. 

“Há muitas pessoas que se sentem inseguras com o próprio corpo ou o rosto. Eu mesma já lutei com problemas corporais devido ao Instagram no passado. A pior parte é que nem sei se as outras garotas que eu admirava editaram suas fotos ou não. Então, todos nós precisamos de respostas. Precisamos de uma lei como essa”, declarou a influencer Madeleine Pedersen ao programa “Radio 1 Newsbeat”, da BBC.

“Somos ensinadas a odiar quem a gente é e a nossa imagem”

Por isso, é preciso ter cuidado com os efeitos colaterais que os filtros de beleza da internet, seja do Instagram ou de outras redes sociais, podem causar com a busca pela “perfeição”. Idealizadora do Movimento Corpo Livre, Alexandra Gurgel afirma que o padrão de beleza foi criado para ter controle sobre o público feminino. Além disso, conquistar a “liberdade de ser quem quer ser” é um processo diário. 

“Somos ensinadas a odiar quem a gente é e a nossa imagem. No entanto, está tudo errado sobre um zíper abrir no nosso cérebro e sair a melhor versão de nós mesmas. Entender isso é bem difícil. Por isso, toda essa consciência tem de mudar. Acreditam que é se amar e se achar linda sempre. Não! Terá dias em que você se sentirá bonita e horrível no outro. Mas tá tudo bem”, disse.

Foto de capa: Unsplash

Redação Corpo Livre

Somos uma equipe de profissionais e colaboradores empenhados em transformar através da informação e da diversidade. Enquanto veículo, queremos construir uma nova forma de dialogar na internet sobre Corpo Livre!

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