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Gamer, Maellen revela dificuldades de ser mulher lésbica no mundo Free Fire

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Gamer, Maellen revela dificuldades de ser mulher lésbica no mundo Free Fire

Lohana Maelen, mais conhecida como Maellen, desabafou a respeito das dificuldades de ser uma mulher no mundo gamer. Aos 25 anos, ela relembra a trajetória de ter largado o emprego no banco para ser jogadora de Free Fire e como lidou com o machismo no ambiente majoritariamente masculino.Já me mandaram lavar louça. Homens que venci disseram: ‘Não acredito que perdi para uma mulher’”, disse.

De acordo com Maellen, quando conheceu o Free Fire, passou a levar o jogo a sério e entrou em um time. Em seguida, mergulhou de cabeça no universo e foi a única mulher a se inscrever no campeonato Free Fire Pro League, a Liga Brasileira de Free Fire

De mais de 2 mil times, sua equipe ficou entre os 12 melhores no ranking geral, o quinto melhor do país. “Trabalhava num banco, fazia faculdade de gestão financeira e jogava Free Fire nas horas vagas, como hobby. Mas, quando fomos finalistas, decidi viver daquilo”, contou ao “Universa”.

“É difícil ser mulher, lésbica e carregar a bandeira LBTQIA+”

Segundo Maellen, por certo o mundo é machista, mas o cenário gamer também. “Para cada 100 jogadores, há uma mulher. O problema não está na desenvolvedora de jogos, mas nos times que excluem as mulheres. É difícil ser mulher, lésbica e carregar a bandeira LGBTQIA+, que represento com orgulho”, desabafa.

Só para exemplificar, ela conta os tipos de comentários que já sofreu em seu meio: “Já me mandaram lavar louça e homens que venci disseram: “Não acredito que perdi para uma mulher”. Qual o problema? Onde está escrito que a mulher é pior?”.

Contudo, ela comemora a visibilidade feminina aumentando no cenário: “Muitos se espelham em nós. Antes, jovens queriam ser atletas de futebol e, atualmente, querem ser jogadores profissionais de LOL ou Free Fire”.

Gamer Maellen foi expulsa de casa ao assumir orientação sexual

Por fim, para Maellen, foi muito difícil assumir sua orientação sexual na época. A gamer conta que chegou a ser expulsa de casa quando o Free Fire ainda não tinha entrado em sua vida. 

“Quando me assumi lésbica, aos 18, fui expulsa de casa. Foi um baque. Ainda não tinha conhecido o Free Fire. Trabalhava como recepcionista em uma academia de ginástica e fazia faculdade. Fui morar com minha então companheira. Minha mãe parou de falar comigo. Nos reconciliamos um ano depois. Expliquei que eu não tinha escolha. Não é opção, é orientação. Nasci assim”, disse.

Apesar da desavença no passado, a mãe de Maellen conseguiu quebrar as barreiras do preconceito e hoje as duas possuem uma ótima relação. “Agora, estamos unidas. Se vê alguém falando mal de mim, minha mãe compra briga”, finaliza.

Redação Corpo Livre

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