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Racismo reverso existe? O que é privilégio branco? Entenda os termos!

A expressão “racismo reverso” é usada para justificar uma discriminação contra pessoas brancas. Mas o que de fato é racismo e o que é privilégio? Confira!

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Racismo reverso existe? O privilégio branco é real!

Racismo reverso é um termo frequentemente usado com a pretensão de denunciar algum tipo de discriminação contra pessoas brancas. Além disso, o argumento insinua que pessoas negras não são as únicas em posição de desvantagem por causa de sua cor.

Mas, por mais que existam suposições e estereótipos sobre pessoas brancas, isso pode ser considerado racismo? Existe privilégio branco? Entenda um pouco mais sobre o assunto!

O racismo afeta privilégios sociais, econômicos e políticos

O que deixa muita gente confusa é justificar atitudes preconceituosas como racismo reverso – que não existe. Isso porque o preconceito racial é um conjunto de ações discriminatórias e depreciativas baseadas na raça e/ou cor de pele. No entanto, pessoas brancas não sofrem racismo reverso por não existir contra elas uma opressão e uma relação sistêmica de poder.

Em outras palavras, enquanto expressões de preconceito racial dirigidas as pessoas brancas podem ferir individualmente ou pessoalmente, elas não têm o poder ou autoridade para afetarem a localização e os privilégios sociais, econômicos e políticos.

Uma clássica alegação é de que existe “racismo reverso” quando se trata de programas e políticas públicas criados para ajudar a garantir que indivíduos não-brancos recebam oportunidades iguais, seja em relação ao emprego, escola ou bolsas de estudo. Para indivíduos brancos, programas como este podem parecer que algo está sendo “tirado”.

Entretanto, essas são, na verdade, tentativas de reparar os resultados do racismo institucionalizado, estabelecendo diretrizes e procedimentos para encontrar candidatos qualificados de todos os segmentos da população. Assim, o “racismo reverso” deriva do discurso e da propaganda anti-negritude.

Djamila Ribeiro explica diferença entre “sofrimento” e “opressão”

Segundo a filósofa Djamila Ribeiro, a estética branca não é estigmatizada. Ao contrário, ela é colocada como o que é belo e padrão. “Agora, um jovem negro pode ser morto por ser negro, eu posso não ser contratada por uma empresa porque eu sou negra, ter mais dificuldades para ter acesso à universidade por conta do racismo estrutural. Isso sim tem poder de influenciar minha vida. Racismo vai além de ofensas, é um sistema que nos nega direitos”, explicou em entrevista.

Outro ponto importante, de acordo com a escritora, é fazer a diferenciação entre sofrimento e opressão quando se trata de racismo. “É óbvio que se trata de preconceito dizer que loiras são burras e isso deve ser combatido. Mas não existe uma ideologia de ódio em relação às mulheres loiras, elas não deixaram de ser a maioria das apresentadoras de TV, das estrelas de cinema, das capas de revistas por causa disso”, esclareceu.

Acreditar em “racismo reverso” só perpetua a desigualdade

O racismo decorre justamente de um desequilíbrio de poder. Antes de considerar se uma pessoa branca experimentou “racismo reverso”, vale fazer algumas reflexões: negros forçaram brancos a trabalhar em plantações? Pessoas brancas foram excluídas de ter acesso às oportunidades da classe média? Quantos presidentes negros tivemos ao longo da história?

Desse modo, podemos afirmar insistir na existência de um racismo reverso, desconsiderar o privilégio branco e manter essa tentativa de deslegitimar a luta contra o preconceito racial só perpetua ainda mais o racismo e desigualdade.

Foto de capa: Divulgação / Unsplash

Redação Corpo Livre

Somos uma equipe de profissionais e colaboradores empenhados em transformar através da informação e da diversidade. Enquanto veículo, queremos construir uma nova forma de dialogar na internet sobre Corpo Livre!

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