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Hugo Vasconcelos: Victor Meyniel, não se culpe por amar.

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Hugo Vasconcelos: Victor Meyniel, não se culpe por amar.

Victor Meyniel quase foi assassinado. Numa imagem extremamente representativa, estava deitado sem forças para escoar de diversos socos, enquanto isso era tranquilamente assistido – cotidiano, normalizado e estimulado pela sociedade.

Acreditem, Victor Meyniel teve sorte. Entendemos dessa forma, quando não somos estuprados, temos nossos corações arrancados, partes do nosso corpo são salpicados pela praça da cidade. Em contrapartida, o “agressor” – termo que normalmente se usa para desentendimentos em bares, nesta ocasião usado pelos meios de comunicação – tem direitos e cuidados assistidos de imediato.

Victor Meyniel: agressor mudou de postura após chegada de amiga

Na minha cabeça, um mecanismo, um lembrete que estamos apenas sobrevivendo. Ecoa a mim que devemos sentir medo, para tornar mais interessante quando decidirem nos caçar.

Dessa forma, todos os dias nos podamos quase de respirar, com receio de “licenciar” o mínimo de discurso que resulte em nosso assassinato. Esse ódio que Victor Meyniel sofreu é tão vivo, que se alimenta do prazer da nossa exterminação, como se fôssemos pragas.

A cada dia que temos a ousadia de tentar vivenciar nossa amorosidade, estamos jogando com a sorte, como se fosse uma roleta russa. O que consideramos amor, para eles é promiscuidade e o maior sinal de desrespeito. Para nós, era apenas segurar a mão de quem amamos ou abraçar. Victor Meyniel estava apenas entrando no elevador do prédio.

“Não suportamos mais, queremos viver”

Enquanto continuarem tentando desaparecer com nossos corpos, continuaremos a gritar. Enquanto continuarem sem tomar nenhuma providência, tomaremos gritando. Não suportamos mais, queremos viver.

Todos os dias estamos esperando acontecer, como se estivéssemos permanentemente em uma baia aguardando pelo abatimento. Aconteceu com Victor Meyniel. Para além de uma recuperação física, dolorosa é a interna que se mistura com o medo da coragem daqueles que ainda não querem que estejamos aqui.

A Victor Meyniel desejo forças. Digo que estou aqui por aqueles que nos antecederam, por mim, por ele e por outros de nós. Emano as melhores energias e desejo amor. Nunca se culpe por desejar amar.

Hugo Vasconcelos

Prazer, me chamo Hugo. Sou Ativista Social em busca pela implementação e proteção dos Direitos Humanos. Fundador do coletivo Pride, em parceria com a Nações Unidas. Nesse espaço, compartilho pensamentos para mediar as nossas conversas.

Prazer, me chamo Hugo. Sou Ativista Social em busca pela implementação e proteção dos Direitos Humanos. Fundador do coletivo Pride, em parceria com a Nações Unidas. Nesse espaço, compartilho pensamentos para mediar as nossas conversas.

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