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Capacitismo no Lollapalooza: público se queixa de falta de acessibilidade
A falta de acessibilidade virou assunto na internet após Lollapalooza 2022, em São Paulo. Pequena Lô e mais influenciadoras denunciaram falta de inclusão. Veja relatos!
O capacitismo foi um dos temas debatidos em meio ao Lollapalooza 2022, realizado no último fim de semana, em São Paulo. Isso porque, nas redes sociais, grande parte do público que esteve presente no festival se queixou da falta de acessibilidade e inclusão no evento.
De acordo com a influenciadora Pequena Lô, que tem displasia óssea rara e se locomove com o auxílio de um triciclo motorizado, ela sentiu dificuldade em transitar pelo festival durante toda a programação.
Falta de acessibilidade no Lollapalooza repercute na web
Acabei de ver alguns comentários sobre o que aconteceu comigo e com outras pessoas no Lolla, sobre a falta de acessibilidade. Falando que o errado é a gente de ir nesse evento, sabendo que não tem acessibilidade. Eu queria não ter lido isso, me deixa tão irritada +
— Lôzinha (@_pequenalo) March 28, 2022
Pequena Lô foi carregada no colo no Lollapalooza
Primeiramente, Pequena Lô contou em seu Instagram que estava estreando no Lollapalooza e que precisou ser carregada no colo para subir ao palco eletrônico: “Não colocaram rampa e o elevador não está funcionando, quase não quiseram deixar eu subir mesmo pela escada”.
Além disso, deixou um alerta, avisando que a crítica serve de exemplo para outros festivais que não atuam contra o capacitismo e oferecem poucas condições aos deficientes físicos. “ Que sirva para todos os eventos, sejam grandes ou pequenos: a inclusão tem que estar presente sempre”.
Lorena Eltz: bolsa de colostomia vazou por causa de distância de banheiro
Além disso, outro caso aconteceu com Lorena Eltz, que disse ter saído traumatizada do evento. De acordo com a influenciadora, que usa bolsa de colostomia, ela precisou caminhar cerca de 15 minutos até o banheiro mais próximo, com a bolsa vazando.
“Infelizmente acabei passando uma situação muito complicada no Lollapalooza, no qual eu sempre sonhei em ir. Fui sabendo que era um festival de música em um lugar gigante, mas não imaginei que não encontraria banheiro, água ou filas com prioridade para pessoas com deficiência”.
Com a falta de acessibilidade, Lorena Eltz acabou sofrendo com crises de ansiedade. Por fim, ela completou: “Minha bolsa vazou, voltei chorando e acabei não conseguindo ir em mais nenhum dia com medo do que poderia acontecer. Espero ainda poder vir aqui e falar pra vocês que a acessibilidade dos locais são maravilhosas, porém, ainda não é isso que vemos”.
Influenciadora relata descaso de bombeiros no Lollapalooza
Giovanna Massera também ficou bastante constrangida no Lollapalooza. Durante o festival, ela revelou que não sabiam informar onde ficavam as cadeiras motorizadas. Com lúpus, a jovem possui limitações motoras que se desenvolveram com a doença.
“Por conta do descaso dos organizadores e alguns bombeiros, quando a cadeira atolou na lama, não havia bombeiros por perto para ajudar, então minha irmã tinha que empurrar da lama sozinha. Às vezes, apareciam pessoas ao redor que se disponibilizaram a ajudar. E detalhe: a cadeira estava com problema na bateria, que quase queimou minha coxa, e na ré”, recordou.
Em outras palavras, Giovanna Massera acusa a campanha de inclusão do Lollapalooza de “puro marketing”. “Eu fiquei tão feliz por ter ganhado essa oportunidade e o dia terminou em choro, tristeza, dor e revolta. Eu e muitos PcDs saímos humilhados no evento que pregou inclusão só pela propaganda, mas não deu todo suporte necessário para curtirmos o festival de forma digna”, lamentou em seu Instagram.
Acessibilidade é primordial em festivais
O Lollapalooza divulgou informações sobre acessibilidade através de panfletos e inúmeras propagandas. No entanto, é visível que pessoas com deficiência foram prejudicadas devido às dificuldades que encontraram pelo festival.
É necessário que eventos grandiosos como este deem mais atenção e, principalmente, acessibilidade para que pessoas com deficiência continuem construindo seu espaço, que é de direito. A luta não é só sobre adaptação desses lugares e, sim, inclusão de verdade!
Foto de capa: reprodução / Instagram @_pequenalo
