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Capacitismo: saiba o que é e como combater o preconceito
Você sabe o que é capacitismo? É a discriminação com pessoas com deficiência, que, muitas vezes, acontece de forma velada. Saiba mais!
Você já ouviu falar sobre capacitismo na escola, faculdade ou no trabalho? É quando pessoas sofrem discriminação por sua deficiência, seja ela física, visual, auditiva, mental, intelectual ou múltipla. O termo capacitismo, chamado de “ableism” em inglês, é também usado quando alguém subestima a capacidade e aptidão do outro. Além disso, muitas das vezes ele acontece de forma velada ou inconsciente, devido ao preconceito estrutural.
Saiba como reconhecer o capacitismo
De acordo com a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, da ONU, o capacitismo acontece quando há “qualquer diferenciação, exclusão ou restrição baseada em deficiência”. Também quando essas atitudes impossibilitam o reconhecimento ou o exercício de direitos humanos e liberdades nos âmbitos político, econômico, social, cultural, civil ou qualquer outro.
Praticar ou incitar discriminação é crime!
Em um mundo capacitista, uma pessoa que não tem deficiência é considerada “normal”. Por outro lado, uma pessoa com deficiência pode ser reduzida como alguém incapaz, dependente, sem voz própria e até sem valor.
Com a Lei de Cotas, essa visão passou a ser superada. Criada em 1991, ela tem como foco a inclusão no mercado de trabalho. Além disso, o capacitismo e discriminação também estão na Lei Brasileira de Inclusão. De acordo com o Art. 88, “praticar, induzir ou incitar discriminação de pessoa em razão de sua deficiência” pode levar à reclusão de até três anos e multa.
Pequena Lô vê evolução na sociedade: “Quebrar tabu devagar”
Com mais de 3 milhões de seguidores, Lorrane Silva, conhecida também como a Pequena Lô nas redes sociais, retrata com leveza e bom humor temas como deficiência e capacitismo. A influenciadora nasceu com uma síndrome não-identificada, associada à displasia óssea, e ganhou incentivo de um primo para criar esse canal de comunicação aberta.
“Quando comecei, nunca pensei em parar, porque a mensagem que levada é a da representatividade, para PCDs e como mulher. Hoje eu vejo outras mulheres PCDs colocando a cara a tapa na internet, levando essas informações. É muito legal levar essa mensagem para o pessoal quebrar esse tabu devagar”, vibrou Lorrane à “TV Cultura”.
Victor Di Marco aconselha relação com pessoas com deficiência sem roteiros
Victor di Marco é ator, cineasta e autor de esquetes que falam dos desafios vividos por pessoas com deficiência, como o projeto “o que pode um corpo?”. Ele possui distonia generalizada, um distúrbio neurológico dos movimentos. Quando o assunto é capacitismo e relacionamento, Victor indica que as pessoas não cheguem com roteiros pré-definidos.
“Ao se relacionar com uma pessoa com deficiência, é preciso saber quais os limites que ela tem, assim como qualquer outra pessoa e qualquer relação”, aconselhou.
Veja como é possível combater o capacitismo
Falar sobre capacitismo é fundamental para espalhar o direito de participação de pessoas com deficiência na sociedade. Em 2016, um grupo de amigos com deficiências físicas levantou a tag #ÉCapacitismoQuando pelas redes sociais. O intuito era colocar o capacitismo nas conversas rotineiras e fazer com que as pessoas tenham mais respeito pelas diferenças.
Acima de tudo, muito trabalho precisa ser feito. Entretanto, a inclusão pode começar transformando as organizações em um ambiente mais acessível. É preciso conhecer o assunto, deixar que as pessoas saibam do capacitismo. Informar, esclarecer, compartilhar conteúdos educativos e explicar como isso pode impactar na sociedade.
Por fim, palestras, dinâmicas em grupos, relatos e uma rede de confiança é um bom começo para agir contra o capacitismo, colocando em lugar de igualdade pessoa com deficiência em ambientes até então negados a elas.
Foto de capa: Pexels